Hoje o dicas de quinta vem pela primeira vez trazendo um filme nacional, que ainda está em cartaz, e sendo sucesso de bilheteria, tanto pela polêmica gerada pelo tema, quanto pelo seu nível, enquanto filme.
Eu Assisti, e dando a minha humilde opinião de viciado em cinema, recomendo. Uma das melhores cinebiografias que já assisti.
Chico Xavier
No inicio da década de 70 um programa entrou para a história da TV brasileira. Tratava-se de Pinga Fogo da extinta TV Tupi. Transmitido ao vivo, algo inédito para a época, tinha duração prevista de 60 minutos. Mas o convidado da edição de 28 de julho de 1971 fez o programa se estender por mais de 3 horas. Estava ali presente o médium, cristão e espírita Chico Xavier sendo sabatinado por jornalistas que tentavam desmascará-lo e apontá-lo como fraude. O carisma e a perspicácia de Chico em responder as perguntas, além de efetuar a primeira psicografia transmitida em rede nacional, ajudaram ainda mais na sua mitificação.
40 anos depois, uma nova obra audiovisual se propõe a humanizar o místico Chico Xavier, estreando justamente no dia em que este completaria 100 anos. O filme Chico Xavier (2010), com roteiro baseado na biografia do jornalista Marcel Souto Maior, As Muitas Vidas de Chico Xavier, se utiliza de trechos reconstituídos do Pinga Fogo como espinha dorsal da trama. Através de flashbacks, trechos da infância
Segundo o diretor do longa, Daniel Filho (responsável pelas comédias sucesso de bilheteria Se Eu Fosse Você 1 e 2), o personagem mais polêmico e, consequentemente, mais difícil de ser retratado, foi Emmanuel (André Dias), o guia espiritual que apenas Chico conseguia ver. Em uma cena cuja câmera sai do topo de uma cachoeira até os ouvidos do médium, literalmente entramos na sua cabeça e passamos a enxergar Emmanuel como ele o via e descrevia: manto branco, sandálias de couro marrom, aparência jovial e séria. As melhores passagens de Chico Xavier são justamente os diálogos de alívio cômico entre ele e seu guia, incluindo uma piada sobre a bizarra peruca que Chico insistia
A caracterização do protagonista é outro atrativo do longa. Interpretado por 3 atores, o menino Matheus Souza na infância, Ângelo Antônio na juventude e Nelson Xavier na maturidade, Nelson certamente é quem mais se aproxima do original. A semelhança física do ator com o médium já impressionava a todos quando Chico ainda era vivo, fato que fazia dele o único e ideal candidato ao papel. Agnóstico convicto e receoso do convite, Nelson acabou aceitando e mergulhando de tal forma na persona de Chico Xavier que até as suas convicções religiosas foram abaladas. Aliás, citando a questão religiosa, quem pensa que irá ao cinema ver um filme meramente espírita, se surpreenderá em ver o quanto a mensagem de solidariedade ao próximo do protagonista passa por qualquer tipo de religiosidade.
Ah, Sim... A melhor cena, é na ida pra São Paulo, se não me engano, dentro do avião, quando o Chico Acha que vai morrer... Fikdik!
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